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[Oneshot] Cólera

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Mensagem por Ma Sáb 26 maio 2012, 7:04 pm

[Oneshot] Cólera 563WW

- Você acredita em destino?

- Não me faça rir Alex! Destino não existe.

A garota continuou sentada, olhando para o nada. Ela queria a verdade, mesmo que negativa, mas sem arrogância. Sentiu-se idiota pela pergunta e levantou-se. Não tinha mais nada pra fazer ali.

- Até mais.

Sumiu, segundos depois atrás de uma casa.

Alex não era uma pessoa comum. Não apenas pela aparência dela, mas pelo seu passado. Ela sempre viveu com sua mãe, porém desconhecia ser seu pai. Ela ainda tinha uma irmã um ano mais velha, que se achava a dona de sua vida.

Arrependera-se de ter acreditado que gostava do garoto que lhe respondeu rudemente. Se fosse a primeira vez não se importaria, mas ele sempre fazia isso. Alex nunca chegara a beijá-lo, apenas saíram algumas vezes e ele nunca demonstrava nada de sentimento em ralação a ela.

Voltou para casa muito antes do horário previsto. Não queria demonstrar para sua irmã que ela era superior e conseguia ser namorada do garoto que gosta. Apenas entrou no quarto e mergulhou debaixo das cobertas. Nem precisava trocar de roupa ou se preparar para dormir: ela não se importava de dormir sem pijama e não usava maquiagem.

Os dias se seguiam e nada de interessante acontecia. A não ser no último dia antes das férias de meio de ano, quando viu um aluno diferente na escola. Ela estava na sala de tecnologia, pesquisando um trabalho atrasado, quando ele apareceu, sentando-se ao seu lado e ligando o computador.

Ela o observava atentamente, mas sem parecer muito curiosa e demonstrando estar com mais interesse sem suas próprias coisas do que nas dele. Mas algo lhe traia nele. Mesmo o fitando, não descobrira muita coisa. Antes que ela pudesse terminar sua pesquisa, ele saíra.

Alex voltou a se concentrar no que fazia e percebera que boa parte estava errada. Havia se desconcentrado pela presença do outro. Bufou e voltou a fazer tudo novamente. Demoraria o dobro do tempo que tinha disponível para tala atividade.

Quando retornou a sala, envergonhada e pedindo desculpas para o professor, avistou o garoto que minutos atrás havia lhe desconcentrado ao fundo da sala, próximo a sua carteira. Ela sentou-se e guardou a pasta dentro da bolsa e retirou um caderno. Era aula de estudo, mas ela ainda tinha coisa para fazer como uma redação para um concurso interno.

Não se sentia pressionada pela quantidade de tarefas, mas era a única coisa que conseguira fazer para ocupar sua mente e não poder pensar em coisas que lhe doíam. Desde que iniciara o novo ano letivo e cursava o último ano do ensino médio, resolveu se inscrever em diversas aulas e cursos para ter uma oportunidade em alguma faculdade no próximo ano.

Mas agora aquele garoto estava lhe tirando a linha de raciocínio que havia adquirido com o tempo. Nem na redação conseguia se concentrar. Nem era pela algazarra que os outros faziam, pois ela sempre se precavia com fones de ouvidos nessas horas, mas sim pelo garoto que lhe observava. Não agüentando mais, olhou-o atentamente.

Ele levantou-se e foi até ela. Alex não sabia o que fazer. Ela não queria falar com ele, apenas devolveu o olhar. Antes que pudesse descobrir uma maneira de conversar com ele, o garoto puxou uma cadeira e sentou-se a frente dela.

- Eles não estudam, né?

- Não.

- Bem, a não ser você – ele sorriu.

Alex olhou para o professor que nada fazia para acalmar os alunos.

- É. Sou a que mais estudo nessa sala... – ela virou o rosto e viu ele próximo. Enrubesceu-se rapidamente e se afastou.

Ele sorriu e esticou a mão, retirando um clipe de papel do cabelo loiro e ondulado dela.

Alex ficou ainda mais encabulada.

- Er... Obrigada – ela começou a examinar o cabelo, procurando alguma coisa que não devia estar ali. Não se lembrava de ter mexido com clipes para um ter se prendido em seu cabelo, mas lembrou-se de quem estava com clipes naquele dia: sua irmã, que antes de ir pro curso, estava com alguns clipes. Com certeza fora ela que colocou só para irritá-la.

- Não tem mais nada no seu cabelo.

- Mas é bom ter certeza quando se trata de minha irmã que faz essas coisas. Passei praticamente metade do dia com isso pendurado em meu cabelo e nem havia percebido.

Ele sorriu e olhou as horas no relógio.

- Parece que a aula está acabando – Alex percebera que ainda nem tinha acabado a redação. Teria de usar o intervalo pra isso. – Nem me apresentei. Sou Gean.

- Alex – ele a olhou estranho e ela riu. – Alex é apelido, mas me chamo Alekssandra. É meio difícil os outros me chamarem de Alekssandra e criaram esse apelido parecido com meu nome.

- É um nome muito bonito.

A sineta rompeu pelo prédio todo e eles tiveram de sair e se separar. Só depois de algumas semanas voltariam a se encontrar.

***

- Vê aquela estrela ali? – perguntou ele, mostrando no mapa astrológico.

- Vejo, mas o que ela tem importante?

Gean virou-se pra ela e sorriu.

- Pois ela faz parte da Cão Maior – começou a arrumar os livros e mapas sobre a mesa de estudos. – E é uma das minhas preferidas.

Já havia se passado três meses desde que eles se conheceram. E não se fazia um mês direito que eles voltaram a se ver e pareciam amigos de longa data.

- Quer ver as estrelas comigo, Alekxis?

Alex sorriu. Só Gean a chamava de Alekxis. Ele achava mais apropriado ao nome dela.

- Tenho que ver com minha mãe. Ainda não sou adulta, ao contrário de você.

- Eu converso com a dona Sonya.

Gean foi junto de Alex para a casa dela. Alex não achava estranho o amigo lhe acompanhar, mas sim o pedido que ele faria. Fazia pouco tempo que se conheciam e sua mãe nunca ouvira falar dele. Seria uma surpresa tanto para Sonya, quanto sua irmã.

Ao chegar a casa, Alex cedeu as instruções de retirar os sapatos e deixar a mochila em um banco próximo à porta. Ela fizera o mesmo e procurou o celular.

Uma garota desceu a escada, acompanhada de outra, igualmente loira e alta, porém esta tinha olhos verdes e não castanhos como a irmã de Alex. Ivana parecia uma modelo. As duas se despediram como sempre fazia: dando beijinhos e fofocando. Alex lutou para não fazer cara de enjôo, mas não conseguiu evitar e fez Gean rir.

Ivana percebeu a presença do rapaz e o observou de cima pra baixo.

- E quem é esse ai? Conseguiu finalmente um namorado foi?

- É meu amigo. E cala a boca, sua chata.

Puxou Gean pela blusa dele e o arrastou até a cozinha, onde sua mãe estava preparando bolinhos para a sobremesa. Alex não deixou de aspirar aquele aroma maravilhoso. Quando viu uma fornada fora do forno, não hesitou em pegar uma, mas sua mãe bateu mão dela, repelindo-a.

- Era só um... – fez cara de magoada.

Sonya apenas sorriu. Ela conhecia as filhas que tinha.

- Quem é este rapaz?

- Gean, senhora.

Sonya retirou o avental e as luvas da mão. Ela era loira assim como as filhas, mas tinha olhos azuis intensos. Ela olhou para ele por um tempo até voltar-se para a mesa onde estavam os bolinhos.

- Não me chame de senhora; é muita formalidade. E não estou tão velha para esse pronome de tratamento. Apenas me chame de Sonya.

Gean concordou com a cabeça. Alex esperava ele fazer o pedido e estava muito apreensiva para a reação de sua mãe.

- Não gostaria de jantar conosco, Gean?

Por um momento Alex pensou na possibilidade dele aceitar, mas quando viu a determinação nos olhos dele, soube que era a interpretação errada.

- Bem que eu gostaria, mas já havia convidado a Alekxis, quero dizer Alex, para irmos ver as estrelas juntos.

“Pelo menos não usou ‘sair comigo’. Ai seria o fim”, pensou Alex.

- Ver as estrelas, é? Eu, quando mais nova, gostava de fazer isso com meu namorado. Era muito gratificante passar as noites com ele e depois namorar...

- Não vamos namorar, mãe! É apenas pra ver as estrelas...
Sem ter a certeza de que sua mãe acreditara em suas palavras, Sonya respondeu, sorrindo:

- Não vejo problemas. Mas quero que cheguem a tempo de terem uma boa noite de sono para seguirem com a escola amanhã.

Alex não acreditava no que ouvira. Nunca que sua mãe havia lhe liberado para sair sem ter um horário de volta. Alex só conseguia pensar aonde sua mãe estava. Aquela não poderia ser a verdadeira Sonya Ivanovizk.

Mas sem tempo a perder, roubou um bolinho e puxou Gean até seu quarto aonde trocaria de roupa para algumas mais confortáveis e que pudessem sujar e serem quentes, caso esfriasse.

- V-v-você vai trocar de roupa na minha frente?

- Claro que não?

Ela retirou a blusa, ficando com uma blusa de banda e começou a desabotoar a calça. Gean comprimiu-se contra a parede, tentando não olhar. Alex apenas ria. Ela retirou a calça e ficou de shorts, onde estava com uma meia-calça azul por baixo.

Quando ela viu o rosto de alívio de Gean apenas riu dele. Não teria coragem de despir-se na frente de nenhum garoto.

Ela pegou sua bolsa lateral e colocou um casaco, lanternas, seu celular e alguns livros de astrologia que eram de Gean, que havia lhe emprestado.

- Já estou indo – gritou da porta da sala, enquanto saia.

***

Alex ficou vislumbrada quando viu o lugar em que veriam as estrelas. Era encima de um edifício. Exatamente onde Gean morava. A vista era linda e dava-se para ver a cidade toda e o céu repleto de estrelas.

- Acredita em destino, Alekxis?

Alex olhou pra ele. Ela fizera aquela pergunta um ano antes para outro garoto. Não era ironia do destino isso estar acontecendo?

- Você me perguntou...?

- Você acredita em destino? – completou Gean, que estava próximo dela. – Não é estranho nos conhecermos em tão pouco tempo e já sermos tão próximos?

- Sim, mas...

- Você não acredita?

Ela virou o rosto e viu as estrelas. Alex não sabia no que acreditar. Diversas vezes sua esperança se foi, no lugar só ficara a cólera de algo acontecendo, mas sem sentido algum.

- Não sei o que responder.

- Pois eu sei, Alekxis – ele aproximou-se dela e colocou sua mão na nuca dela. – Se não fosse pelo destino ter feito minha família mudar-se para esse bairro eu nunca teria te conhecido – ele estava muito próximo e a fazia perder o sentido do que era realidade e fantasia.

Gean a beijou, com o cenário de um céu repleto de estrelas. Alex enlaçou o pescoço dele. Não era seu primeiro beijo, mas era o primeiro em que sentia ser correspondida de verdade e não se magoar de verdade.

Eles separaram suas bocas e se olharam.

- Talvez o destino exista...

- Sim, talvez sim...

E voltaram a se beijar intensamente. Aquela cólera que ela sempre vivera havia ido embora. Não vivia mais sem sentido. Agora tinha alguém com quem precisava compartilhar os momentos. E esse alguém apareceu em sua vida quando menos esperava.

Os dois saíram tarde da noite do edifício. Gean levou Alex de volta para sua casa e despediu-se dela com um beijo. Quando Alex deitou-se na cama, só imaginava que pudesse ser tudo imaginação sua, pois nada de tão extraordinário poderia acontecer com ela. Não da forma que acontecera...

_______

Consegui escrever a fic tudo hoje. Ufa. Comecei com uma história clichê de amor de biblioteca - eu ia colocar uma experiência minha -, mas acabei mudando. E deu-se nisso. Gostei do resultado e ri de algumas partes enquanto escrevia ela.

Espero que apreciem. Inspiração não me vem com facilidade.
Ma
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