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[Original] Perdidos em New York - Capítulo 2 - Confusões de Primeira Viagem

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Mensagem por Ma Seg 23 Jul 2012, 4:17 am

[Original] Perdidos em New York - Capítulo 2 - Confusões  de Primeira Viagem 2jeZt

Lucy, assim como sua avó, era muito organizada. Ela havia separado duas malas. As duas iriam pela metade, para assim o conteúdo ir totalmente pra uma e a outra ficar vaga para as compras. Já sabia exatamente que roupas levar. Não era inverno, mas imprevistos de climas sempre acontecem, por isso colocara na mala um casaco.

Saltos não poderiam faltar, porém ela não poderia levar mais que um na mala. Ainda precisava arranjar espaço para tênis e uma sapatilha, juntamente de peças íntimas, acessórios e roupas cotidianas.

Quem ficaria feliz em sugerir idéias seria Liz. Lucy sentou-se na cama e recolheu seu celular que estava sobre o criado-mudo e enviou uma mensagem pra amiga. Ela iria pra festa da Claire sozinha. Depois de suas passagens terem sido entregues e restando apenas dois dias antes de partir, necessitava estar em um evento grandioso, ainda mais os de Claire, que eram bailes de máscaras.

Não era como shows ou baladas em que custava o valor de uma peça de roupa, mas se estivesse na festa ficaria menos provável fora dos holofotes das fofocas. Não que ela gostasse que seu nome fosse de boca em boca entre fofocas – algumas descabidas -, mas era o melhor que podia fazer para manter seu posto.

Ainda tentava entender como seus amigos suportavam a vida que ela levava. Desde pequenos eles conviviam juntos. Não eram amigos, mas se conheciam e com o tempo foram se aproximando. Lucy foi a única que mudou por completo depois de seus pais terem se separado e nenhum deles querer ficar com ela por estarem ocupados trabalhando. Teve de morar com sua avó materna, Olívia; ela era muito boa avó, mas não mudava o fato de que precisava de figuras paternas.

Olívia bateu à porta e Lucy levantou o rosto do celular.

- Que horas sai seu vôo?

Lucy levantou-se e voltou a fazer as malas.

- Ao meio dia do dia seis, vovó. Estará tudo pronto até lá.

- Sentirei falta de alguém nesta casa...

Ela viu a avó e sorriu. Olívia sempre fez tudo por ela e tinha esperanças que a neta e filha se reconciliassem, assim como aconteceu com Lucy e o pai dela.

Não demorara muito tempo ali e partira, deixando a neta cuidando de seus afazeres.
Depois de conseguir deixar sua mala impecável – com tudo que necessitaria – jogou-se sobre a cama, de braços abertos e suspirou. Ficaria fora por suas semanas, mas dependendo de como a gastaria, voltaria cedo ou tarde para sua antiga rotina.

Era hora de encontrar algum vestido deslumbrante para usar na festa. Arrancou quase tudo que tinha dentro do armário e jogou sobre a cama. Ela tinha incontáveis peças de roupas, mas eram blusas, calças, saias, camisas, shorts e vestidos. Nenhum vestido ali ficaria interessante com uma máscara.

- A máscara...

Saiu apressada do quarto para o andar de baixo. Lembrara que pedira à avó para confeccionar uma e que já deveria estar pronta.

Pulou o último degrau e correu para uma sala. O lugar estava abarrotado de tintas, pincéis, quadros, vasos... Era uma fabrica de artes. Não havia muita iluminação naquele horário e por causa da grande árvore em frente à janela, mas quando a luz atravessava o vidro colorido, formava arco-íris no chão gasto e em cima dos objetos.

Foi até uma mesa, onde Olívia trabalhava com as miudezas e viu uma caixa vermelha entreaberta com cetim saindo de dentro dela. Abriu-a e viu uma máscara de cor sangue, com pedras de mesma cor e uma haste para segurá-la. Segurou-a em frente ao rosto e se olhou no espelho.

- É linda – não sabia como descrever a delicadeza que era a máscara. Não precisava de plumas e nem arranjos pitorescos para ser bela. A cor já fazia isso e as pedras apenas deixavam-na mais elegante e ideal para uma noite de glamour.

- Como minha neta.

Lucy quase deixara cair ao chão, a máscara, mas conseguiu segurá-la. Sua avó nunca lhe assustava. Estava em transe, apenas isso.

- É muito bonita. Como consegue fazer essas coisas incríveis. Não tenho metade do seu talento. Anelize sabe costurar perfeitamente, por isso é estilista. Eu só sei gastar em compras.

Sentia-se diminuída por não ter talento. Até Jean tinha talento. Ele era apaixonado pelo mundo dos games e pretendia se formar para construir jogos excelentes e épicos. Liz era rabugenta quando diziam que ela daria uma boa química, já que adorava as aulas práticas no laboratório e era a primeira da turma nessa matéria. Mas Lucy não tinha talento. Só em gastar, mas isso não era algo que pudesse ajudar em seu futuro.

- Você descobrirá no que é boa, meu anjo – ela recolheu a máscara das mãos de Lucy e guardou na caixa, tampando-a.

Em um rompente, Lucy lembrou-se de algo necessariamente importante.

- Não tenho vestido vermelho.

Ela não comprava muitas coisas vermelhas para não parecer sexy, já que usava roupas curtas ou justas. E sempre tinha a questão de que vermelho estava em falta nas lojas em que ia.

- Já pensei em tudo, Lucy.

Ela andou até um armário e retirou um cabide com uma capa protetora e preta. Lucy suspeitava do que estava ali embaixo.

Suas suspeitas se concretizaram quando Olívia retirou a capa e mostrou um lindo vestido vermelho e de cetim longo. Não havia nada além de tecido ali. Sem pedras, bordados, strass, somente tecido e algumas dobras causadas pela costura.

- Use-o.

Lucy tocou no vestido. Era tão liso e perfeito...

- De quem é?

Olívia sorriu.

- Fiz para mim anos atrás. Era meu vestido para minha formatura na faculdade. Nunca o usei, pois não poderia estando grávida.
Lucy se lembrava da avó contando a história do nascimento dos filhos e como ela engravidou no último ano da faculdade de artes plásticas.

O vestido era muito moderno para aquela época, mas depois de quarenta anos era algo normal na sociedade atual.

Lucy jogou-se em cima da avó e a abraçou.

- Te amo vovó.

Pegou o vestido e correu para seu quarto para experimentá-lo.

***

- Se os garotos não tiverem convulsões, ficarão babando em cima de você – Lucy riu do comentário de Liz. Mas ela tinha razão. O vestido lhe caia perfeitamente ao corpo. Era longo e solto do busto para baixo. A costa ficava à mostra. Era um atentado a atenção masculina.

Queria saber a reação de Jean. Ele era homem. Se o visse saberia como se portar em frente aos outros rapazes, mas Liz lhe prevenira que ele preferia ficar em casa com seus jogos e revistas em quadrinhos.

Teria de ir com Liz para a festa, já que sua amiga não gostava muito de campainha masculina em ambientes descontraídos e nem se deu ao trabalho de procurar um par. Olivia fez o favor de levá-las a festa, mas nada disse de conselho, apenas pediram para ligar quando quisessem ir embora.

Lucy respirou fundo quando desceu do carro. Não havia muitas pessoas na entrada do salão. Sentia-se nua com aquele vestido. Tinha gratidão pela máscara em frente ao seu rosto. Ficaria mais fácil de enfrentar as pessoas. Tinha o pressentimento de que muitas garotas lhe envenenaria com os olhos – talvez até literalmente – se descobrissem que era ela.

Liz estava com um jaleco. Lucy nem queria saber o motivo, mas Liz acabou lhe dizendo que era parte de sua fantasia. Ninguém a não ser Liz estava de calça, blusa e jaleco e com uma máscara de cirurgia no rosto. “Ela é muito excêntrica. Talvez garotos não gostem muito disso”, pensou Lucy, desviando o olhar da amiga.

- Vou ter de me separar de você, se não terá que me enterrar amanhã.
Acenou e seguiu para a mesa do Buffet. As massas de convidados estavam todos ali, mordiscando a comida e bebendo. Lucy pegou um copo e se serviu. Não era o melhor suco – ainda mais que batizaram -, mas bebeu mesmo assim.

Não sabia responder por quanto tempo ficara vendo as pessoas conversarem, dançarem e comerem, apenas ficara ali – ignorando olhares masculinos e convites de dança - até um rapaz aparecer ao seu lado. Ele tinha olhos verdes por trás da máscara preta. Ela o observou dos pés a cabeça. Ele parecia com o Zorro. Faltava um chapéu, uma capa e espada no cinto para ser um Zorro. A roupa dele mais parecia pega de última hora para sair.

- Se divertindo?

Ela ficou vermelha, pois ainda o estava olhando quando falara consigo.

- Parece um velório – ela engoliu o restante da bebida e colocou o copo na mesa. – ‘Tá a fim de dançar? Criar raiz não é nada interessante.

O rapaz exibiu um sorriso e estendeu a mão para ela, que a segurou. Os dois partiram para o meio do salão e a música instantaneamente mudara para uma lenta.

- Coincidência a troca de música logo agora – comentou Lucy.

Os dois dançavam não tão próximos e nem tão distantes. Era estranho para ela. Era como se conhecesse aqueles passos que ele dava. Era-lhe bastante familiar. Mas concluira que era coisa de sua cabeça.

Pelo menos algo levaria de bom da festa. Não teria ficado morgando em um canto. Dançara com um garoto.

- Muitos garotos adorariam estar em meu lugar.

Lucy concordava. De longe era a que mais se destacava pelo seu vestido vermelho sangue e de suas costas nuas.

O rapaz aproximou-se mais dela. Agora estavam grudados, mas Lucy não se importava. Era como se ele fosse alguém que conhecesse, pois a sensação passada era de conforto e não constrangimento.

- Conheço você? – perguntou. Estava curiosa acerca dele.

- Conhece.

Ele envolveu a cintura dela e continuaram no ritmo da dança.

- Qual a sua idade?

Ele sorriu. Um sorriso lindo de dentes brancos.

- Não muito mais velho que você.

- Então sabe quem sou.

Era uma afirmação, mas ela tinha certeza de que ele responderia.

- Conheço melhor do que imagina.

O rapaz estava muito próximo. Lucy não havia notado a proximidade dele.

- Não há muitos garotos de olhos verdes...

Ele tocou o rosto dela, fazendo-a se arrepiar. Ela deveria repeli-lo, mas não conseguia fazer isso.

- Nem muitas garotas como você.
Ele aproximou-se mais e depositou um beijo nos lábios dela. Lucy se arrependeria mais tarde, mas depois de beber tanta coisa batizada, não sabia o que estava fazendo. Apenas deixou-se levar pelo beijo, envolvendo seus braços ao redor do pescoço dele.

Ela ouviu uma tosse forçada e se separou dele para olhar. Era Liz com seu jaleco sujo de comida e bebida. Queria saber como a amiga conseguira tal proeza de se sujar tanto. Parecia até que estava fazendo experiências. O que não era improvável.

- Que foi?

Liz a puxou pelo braço.

- Bem, explodi uma tigela de doces e com isso bebida e mais comida foram para os ares – Lucy olhou-a. – Antes que venha perguntar. Só queria me vingar daquela vadia... Mas vamos. Antes que queiram me matar.

E saiu puxando Lucy para fora, onde Olívia já esperava dentro do carro.

Lucy queria matar Liz, mas quando chegaram a casa, percebeu que havia beijado alguém desconhecido e agradecia pela amiga ter lhe tirado de lá. Quando voltasse de Londres procuraria saber quem era o rapaz misterioso.

Ela e Liz passaram o resto da noite tentando descobrir quem era o garoto misterioso, mas sempre quando chegava perto de algum candidato ele era desclassificado, tanto pelo físico, cor dos cabelos, personalidade e relacionamentos.

***

- Já vai. Caramba – ela gritava enquanto descia à escada em direção à porta. Quem quer que estivesse socando a campainha se veria com ela. – Mas o que foi...?

Uma silhueta passou por ela e lhe agarrou o braço.

- Me solta Jean. Não sou uma boneca de trapos para fazer isso.

Ele nada disse. Apenas seguiu para o quarto dela, onde parou e respirou fundo.

- Sabe que horas são garota?

- De aproveitar antes de ir pro aeroporto.

Jean revirou os olhos e colocou as mãos nos bolsos.

Lucy não estava dando atenção a ele. Olhava-se no espelho, encaracolando alguns fios de cabelo em seu dedo.

- Você acha que algum garoto ficaria comigo?

- Só se for muito idiota para não te querer.

Lucy sorriu e pegou o celular, deixando a passagem cair no chão. Ela recolheu-a do chão e leu. Seus olhos se arregalaram ao ler o conteúdo.

- Entendi por que me perguntou sobre as horas...

Ela olhou a passagem novamente para ter certeza.

- Sério que meu vôo é agora e não daqui duas horas? – perguntou Lucy, olhando em seu passaporte. – Eu tinha certeza que era daqui duas horas.

- Ainda bem que descobriu sozinha. Cadê suas malas?

Lucy apenas apontou, enquanto tentava entender o erro que cometera. Ainda era cedo, mas tinha a plena certeza de o vôo ser ao meio dia e não às dez da manhã.

- Sem tempo pra conversas – Jean agarrou-a e saiu de casa em uma velocidade incrível para quem carregava as malas dele e de Lucy.

Lucy não sabia como reagir. Apenas segurava com força o celular e o passaporte. O resto estava tudo na mala. Até sua carteira. Jean desceu rapidamente a escada e foi para fora. Havia um taxi à espera dos dois. Eles mal haviam entrado e o motorista arrancou o carro em direção ao aeroporto.

- E se eu esquecesse algo?

- As coisas de suma importância para você estão em suas mãos – “Como ele pode me conhecer tão bem?”, pensou enquanto olhava o rosto dele, esculpido com seu nariz levemente arrebitado, sua boa vermelha e seus olhos verdes. – E estamos quase na hora. Não quero perder o vôo.

Jean olhava a cada cinco segundos no relógio. Ele estava muito ansioso. Lucy entendia que se ele perdesse o vôo não teria como pagar por outro. Agora ela poderia comprar outra passagem a qualquer momento. O nervosismo dele era contagioso; ela começou a morder o lábio inferior e sentiu gosto de sangue depois de arrancar a pele. Ela passou os dedos e viu o vermelho. Limpou com a mão a boca e olhou para fora.

Gostava da cidade em que mora, mas não gostava do aspecto dela. Estava cansada de viver entre condomínios e prédios. A casa de seu pai era um sonho. Era uma casa em um bairro de classe alta. O terreno era pequeno, mas era algo que causaria inveja até para um set de filmagem. Fora reconstruído com elementos da era Vitoriana e almejava de vislumbre.

Ao chegarem ao aeroporto, Jean saltou do carro. Lucy desceu e foi recolher suas malas. Ela queria pagar a corrida, mas mais tarde descobriria que Jean pagara o dobro para chegarem a tempo para o vôo.

Eles passaram pela fila do checking e avançaram para o portão de embarque. Lucy seguia Jean, já que se não fosse por ele nem voaria para Londres naquele dia.

Ela despencou na poltrona ao lado da janela e esticou os braços para cima.

- Ai – ela abaixou os braços e viu Jean massageando o olho direito.

- Desculpa – ela disse, escondendo um riso. – Obrigada por ter me arrancado de casa. Achei que seria ao meio dia.

Ele sentou-se e olhou-a.

- Se eu perdesse esse vôo, ficaria me devendo, junto de Liz, uma sessão de poker.

Lucy engoliu em seco. Ainda tinha remorso do dia em que ela e Liz decidiram jogar poker a valer. Quem perdesse teria de retirar uma peça de roupa. Se fosse inverno não se importaria, mas era verão e estavam apenas com blusas finas e shorts. Quem ganhava era ela no começo. Liz havia perdido a blusa e o cinto – para sorte dela -, Jean não tinha mais shorts e nem blusa. Lucy estava confiante, mas a sorte virou-se contra ela e teve que retirar a blusa e shorts. Na terceira vez que perdera teria que retirar o sutiã, mas recusou-se e quase espancou Jean que insistia em vê-la.

Mas ele a viu, quando trocava de roupa no banheiro.

Lucy reparou na marca no pescoço dele, onde o havia marcado por lhe ver seminua. Fazia alguns meses que estava ali, quase transparente.

Ela decidiu aproveitar as horas de vôo para dormir, ouvir música, ler, conversar. Mas acabou boa parte dormindo com a cabeça encostada no ombro do amigo.




Ficou meio grande. Ainda não tem àquela emoção, mas este baile... Suspeitam de quem seja o garoto misterioso?
*ingorem-me XD*
Ma
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